12/12/2023

colagem


Então eu resolvi entrar no mundo das colagens digitais.

Essa era uma vontade antiga que eu sempre estava procrastinando. Como vou fazer uma colagem se não domino o photoshop? Encontrei alguns pngs na internet, mas eles não possui licença de conteúdo. E se eu fizer alguma coisa e for acusada de plágio? Eu posso ser processada por isso. Pior, posso ser cancelada no twitter e receber um chapisco premuin do site da saúde mental (pessoas que vivem cronicamente online entenderão essa frase). A lista de desculpas continua...

Até que chegou o dia em que eu estava entediada durante um evento, mexendo no celular para fugir do sofrimento que é ouvir um monte de gente falando um monte de coisa durante muito tempo sem chegar a lugar nenhum. Comecei experimentando o site remove.bg para tirar os fundos da imagem. Ele mesmo seleciona o que é fundo e o que não é, mas te deixa editar, mesmo de uma forma mais grosseira, os outros elementos. Depois usei o Adobe Express. Ele permite que a gente baixe a imagem num formato melhor, mas não tem a opção de editar a seleção (ou seja, se ele falou que é fundo, é fundo e não tem discussão). Ah, também precisa fazer login no site para baixar a imagem. As duas ferramentas, claro, são gratuitas.
 
As imagens que usei para "treinar" essas ferramentas vieram majoritariamente o Unsplash - aka meu site preferido de imagens gratuitas para uso pessoal e comercial (não que eu pretenda vender alguma coisa, mas é bom não ter que pensar muito sobre a possibilidade do dono da imagem sair correndo atrás de mim com um pedaço de pau ficar bravo). Usei o aplicativo do Adobe Express e do Canva para encaixar as imagens e dar uma editada na cor e esses foram os resultados:





Também criei uma conta no instagram para compartilhar as colagens e as coisas do blog. Se vocês quiserem seguir, o perfil é @oliviaaltaneira.

27/11/2023

mentores

Há algum tempo, decidi que se quero escrever bem devo começar ouvindo o que os escritores têm a dizer sobre a escrita. Por isso, criei uma lista (grande demais para o meu juízo) de livros que pretendo ler ainda esse ano. Não se engane, não tenho a menor esperança de terminar todos eles dentro desse prazo. Mas, por hora, vou me deixar iludir.

Os livros que escolhi são:
 
EDIT (28/11) Não satisfeita com a meta impossível de cumprir, resolvi acrescentar novos livros na lista. São eles:

Bônus:

 
O livro do Austin Kleon entrou como um bônus porque ele não fala especificamente sobre escrever, mas sobre todos os tipos de arte. Aproveito o espaço para recomendar a newsletter do Austin.

Pretendo fazer um post para cada livro: um compilado das coisas que aprendi, das reflexões que tive e/ou das minhas principais impressões. Não vou dizer que é uma resenha porque não pretendo seguir o formato "padrão" de resenha (sinopse + opinião). Não quero me comprometer com nenhum formato porque sei que vou me arrepender se fizer isso. Quanto mais livre a proposta, melhor.

Para esse post não ser completamente inútil para você, leitor, segue o motivacional do dia:

fonte

Bora produzir algum tipo de arte? (estou convidando, porém morrendo de preguiça e chorando em posição fetal no fundo do poço).

21/11/2023

artista

Essa semana cogitei comprar um curso/mentoria de escrita criativa. Era a última turma oferecida por uma autora que admiro muito. O preço era relativamente acessível porque o curso não é bem um curso: basicamente, a autora envia um prompt de escrita por dia pelo whatsapp e você pode enviar um dos exercícios para ela corrigir. Acredito que ela use esse formato para abarcar as pessoas que têm interesse pelo trabalho dela, mas que não conseguem pagar milhares de reais em um curso "de verdade". Uma ótima iniciativa, na minha opinião.

Infelizmente, olhei para a fatura do cartão e desisti de investir nisso agora. Optei por comprar um curso de colagem digital no Domestika. Sempre me interessei por colagem digital, mas meu interesse se intensificou depois que vi essa thread com dicas de boas práticas e materiais para colagem digital. Ademais, estava pensando em como vou fazer a capa do meu livro - que ainda não escrevi - e lembrei dos livros da Paula Gomes. Seria interessante seguir esse estilo de capa... Mas será que ela vai ficar chateada com a inspiração? Não quero roubar a identidade visual de ninguém. Também não quero ser conhecida como copycat no mundinho dos autores independentes.

Enquanto passeava pelas páginas e mais páginas de cursos e me torturava pensando em um possível cancelamento futuro, lembrei de um curso do mesmo site que comprei há um tempo, mas nunca comecei a fazer. É um curso sobre diário ilustrado, como usar técnicas de desenho para capturar momentos e criar lembranças. Legal, não é? Esse curso junta duas vontades que tenho há muito tempo: aprender a desenhar e registrar momentos importantes da minha vida. Não que eu tenha vivido muitos momentos importantes nas últimas semanas ou anos. Mas a memória é falha e tende a piorar com o tempo.
 
Depois que algumas pessoas da minha família sofreram com Alzheimer, fiquei obcecada em registrar coisas. Foi por isso que comprei um caderno para usar como diário. Passei muito tempo tentando decidir entre usar um caderno pautado ou um caderno liso, por isso comprei um Moleskine caríssimo que tem uma página lisa & uma página pautada. O melhor dos dois mundos, certo? Ele é perfeito para escrever relatos sobre os meus dias e para receber desenhos e colagens aleatórias que eu queira fazer. Preenchi umas três páginas até agora porque costumo chegar em casa cansada demais para escrever. 
 
Escrever em meio digital tem a vantagem de não demandar hora certa - posso escrever no ônibus, no horário do almoço e até durante uma ida ao banheiro. Resolvi, então, pegar um tablet mais velho e baratinho para ser meu objeto de escrita Real Oficial™. Nossa, esse tablet vai me ajudar muito. Não é maravilhosa a possibilidade de se expressar criativamente em qualquer lugar? Basta abrir o tablet e escrever. Até comprei uma case para ele que vem com um teclado acoplado, mas descobri que a internet para de funcionar quando ligo o teclado no bluetooth. Aparentemente é um problema de frequência, então preciso conectar o tablet em uma rede wifi de 5.0 GHz para que a internet & o teclado funcionem ao mesmo tempo. Infelizmente só tenho essa rede disponível na minha casa e, quando estou em casa, prefiro digitar no teclado do computador.

Mas ainda posso usar esse tablet para outras coisas. Assistir filmes, por exemplo. E por falar em filmes, quase comprei uma palestra do David Lynch que uma artista recomendou na sua newsletter. Não entendo muito sobre cinema, mas sei que o David Lynch é bem famoso. Pesquisando no grupo, descobri que ele esteve envolvido com o projeto de Twin Peaks. Adoro Twin Peaks. Bom, acho que adoro. Tudo o que eu vi sobre a série me agradou muito, mas ainda não consegui assistir porque a série não está disponível em nenhum streaming que assisto.
 
Acabei desistindo de comprar a palestra. Fiquei perdida em tantas abas do Domestika que não sabia qual curso de colagem digital tinha me agradado mais, então desisti disso também. Enquanto fechava as abas do navegador, acabei fechando o curso de diário ilustrado. Fiquei com preguiça de voltar ao site, então não vai ser hoje que vou começar a fazer o curso que comprei.
 
Caso não tenha ficado claro, não produzi nenhuma arte.

16/11/2023

divergindo

Você é um médico que está de plantão cuidando de um único paciente. Sua equipe é composta apenas por você, mais ninguém. O monitor do paciente frequentemente começa a apitar piiiiiiiiiiiii enquanto mostra uma linha reta no display,indicando que o paciente está indo de arrasta para cima. Sua função é manter o paciente vivo. Você rapidamente aperta o botão de alerta, busca o carrinho de emergência, afasta o lençol que cobre o paciente e abre seu pijama. Aplica o gel no peito do paciente, grita uma voltagem e... Nada acontece. Você se sente burro ao lembrar que não adianta gritar: você está sozinho. Sua equipe é composta apenas por você, mais ninguém. Rolando os olhos, você corre para dar a volta na maca, configura o desfibrilador, pega as pás e aplicar o choque - desta vez, sem gritar nada antes.
 
Funciona. O paciente volta, está tudo bem. Você volta para a cadeira de descanso, mas não consegue descansar. A adrenalina ainda agita seu corpo. Você pensa em dar uma volta pelo hospital, mas tem medo de que o paciente tenha outra parada, teme não ser rápido o suficiente para salvá-lo da próxima vez. Sem muita opção, você se resigna a balançar a perna e esperar.
 
E espera.
 
E espera.
 
x
 
Espera tanto que, em determinado momento, está convencido de que o plantão acabou. Que o paciente está curado. Que tudo está sob controle. Que a situação nunca esteve melhor. Então, você descansa. Sente o corpo relaxar. Ouve o silêncio tomar conta do ambiente. Deixa o silêncio explorar seu inconsciente. E então piiiiiiiiiiiii.
 
O procedimento se repete. A adrenalina volta. Dessa vez, você demora mais para descansar. Levanta da cadeira, mas imediatamente se arrepende e volta a sentar. Troca de posição. Horas de desconforto se passam lentamente. Mas, dessa vez, parece que o coração do paciente vingou. Os batimentos estão fortes, ritmados, estáveis. A situação parece melhor dessa vez e você se permite uma breve distração. Um capítulo de um livro, alguns minutos na timeline de alguma rede social, uma resposta no grupo da família. Até que piiiiiiiiiiiii.
 
Depois de outra experiência de susto, correria e adrenalina, você está desconfiado. Não estava tudo bem? Porque a situação se tornou critica de repente? Você deve ser um médico ruim. Sim, essa é a única explicação. A culpa é sua. Talvez você nunca seja capaz de salvar esse paciente. No próximo encontro dos formandos de medicina de 2015, seus colegas vão contar casos complexos que tiveram finais felizes, enquanto você remói o paciente cujo coração não parava de parar de bater. Vão zombar de você. Vão dizer "como você não foi capaz de salvar esse?". Vão te tratar com condescendência, "cada caso é um caso", "nem tudo o que parece fácil é fácil de verdade".

Não! Você não pode deixar, não pode desistir. Você vai salvar esse paciente custe o que custar! Vai ficar vigilante dessa vez. Não vai se permitir relaxar. Vai lembrar que não adianta gritar, pois está completamente sozinho e sua equipe é composta apenas por você, mais ninguém. Nunca vai baixar a guarda. Ficará em estado constante de alerta.
 
Durante dias.
 
Durante semanas. 
 
Durante meses você mantém a promessa que fez para si mesmo. Em algum momento, uma mosca entra na sala. "Que anti-higiênico", você pensa. Vira o corpo durante um instante para procurar um inseticida. Mais uma vez, é pego de surpresa pelo longo e estridente som piiiiiiiiiiiii.
 
E, por um breve instante, um milésimo de segundo, você se permite cogitar se seria realmente tão ruim se apenas deixasse o paciente morrer.
 
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Escrevi esse texto sobre o surto que viver sendo uma pessoa neurodivergente. Alguns dias são piores que outros, outros são piores que todos. Mas, é justamente quando você baixa a guarda, quando pensa que está tudo bem e que o caminho para "a cura" está chegando ao fim, que os sintomas voltam com tudo e você precisa recomeçar. É um processo doloroso e exaustivo. Frequentemente me pergunto se vou viver assim até o fim da vida.

08/11/2023

escreva

Acordei muito desanimada com todas as perspectivas que tento encaixar no horizonte da minha vida. Depois de prever fracassos e tristezas, fiz o que qualquer pessoa que vive cronicamente online faria: abri o Twitter. Apesar de ser uma rede social cheia de gente cagando regra e dissertando sobre problemas que não existem na vida real, o Twitter oferece memes e vídeos de bichinhos que conseguem prover porcamente a sua necessidade de serotonina diária.

Mas hoje aconteceu algo diferente. Hoje eu abri a timeline e me deparei com uma série de tweets que fizeram eu me sentir um pouco melhor.
 
@LarissaSiriani: Escreva o que você quiser, no formato que você quiser, no país que você quiser, com os nomes que você quiser. Escreva o que você quer ler, porque TEM GENTE PRA LER O QUE VOCÊ QUER ESCREVER. E, acima de tudo, não cague regra pro que os outros leem ou escrevem. Não é da sua conta.
 
@LarissaSiriani: O tempo que tu leva pra encher o saco do que os outros estão produzindo ou consumindo é o tempo que você poderia investir produzindo ou consumindo algo que te agrada. Tu não gosta? Caça o teu. Segue a porra do baile. Que inferno isso de precisar criticar tudo o tempo todo.
 
@LarissaSiriani: por fim DEIXA AS PESSOA GOSTAR DAS COISA
 
Por mais que seja uma mensagem simples e, para muita gente, até um pouco óbvia, existem dias em que precisamos relembrar os nossos desejos, sonhos e prioridades. E tentar transformar tudo isso em ação. Então fica registrado o meu agradecimento à Larissa Siriani, que fez com que eu me lembrasse onde meu coração está - e onde ele deve permanecer.

 


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